
Uma vez me disseram: “Você não acredita no seu dom de usar as palavras, talvez seja por isso que elas sejam tão bonitas”. Não sei o que me leva a querer passar para o papel, o que sinto, o que penso, ou pelo menos o que gostaria de sentir e pensar. Apenas sei que escrevendo, me sinto livre para dizer o que quero, desabafar fazendo cartas que talvez não serão entregues; Ah que seja... Escrever virou um ciclo vicioso que só me leva a aperfeiçoar, e adaptar meu jeito de se expressar. Encontrei minha válvula de escape.
Talvez o fato de não me contentar com minhas palavras, me faça escrever mais, e mais, buscando a perfeição que encontro nos textos de Clarice Lispector, uma boba genial.
Assim como diz aquele interessante livro, Cartas para amigos: “Minha palavra é vítima da minha inteligência. Quero dizer, mas não alcanço com minha palavra o que diz meu pensamento”. – Exclamei ao ler essa frase “Exatamente!”, e comecei a refletir sobre o que penso e o que escrevo, e qual a relação entre os dois. Minha mente bagunça e minhas palavras organizam todos os pensamentos, porém ainda assim, o poder de pensar, e sentir, não é capaz de ser escrito em um texto (e nem em milhares).
Olho pela janela e reflito sobre a vida, começo a preparar um texto com palavras avulsas que passeiam pela minha mente, as palavras escapam pelos meus dedos, em forma de poesia, ganhando diversos significados para quem as entende do jeito que bem quer. Prefiro bem mais escrevê-las, pois quando escapam pela minha boca, acaba sendo um verdadeiro desastre.
Acredito que com as palavras, pode-se tudo. Apenas não se pode ficar mudo. Palavras expressam tudo, ou nada. Palavras fazem amar, fazem odiar. Palavras expressam o que você quiser que elas expressem, esclarecem e enganam, palavras são tudo para quem sabe usá-las. E eu sei? Não sei se sei.
Acredite no poder das palavras, no poder das SUAS palavras, pois não importa qual é tua maneira de lidar com elas, sempre há alguém que precisa lê-las.
PS: Peace.












